A CAMINHO DO TRABALHO
O professor de História Paulo Bagão morreu horas após ser atropelado com sua bicicleta por um ônibus de transporte de trabalhadores na tarde desta segunda-feira (24), no trecho entre Altônia e Iporã. O acidente ocorreu quando Bagão seguia para o distrito de Ouro Verde, onde lecionava aulas de história no colégio estadual. A rodovia é estreita e sem acostamento.
Bagão era um ciclista de longas distâncias bem conhecido na região. Na sexta-feira (21), o Ilustrado publicou uma matéria registrando o último desafio encarado pelo atleta aos 65 anos. Foram 353,8 quilômetros entre Altônia e Naviraí – MS, passando pela ponte de Porto Camargo, em quase 21 horas de pedal.
Segundo informações repassadas pela também ciclista e servidora pública Sidinéia Bagão, o professor chegou a ser socorrido por equipes do Samu, mas seu estado de saúde era gravíssimo. Segundo relato de Sidinéia, o ciclista sofreu traumatismo craniano, fraturou toda a região torácica, perfurando os dois pulmões, além de hemorragia interna.
Durante o socorro ele chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória. Com dificuldade os socorristas conseguiram reanimar o ciclista e estabilizá-lo para poder encaminhar no helicóptero do Samu para hospital em Maringá. No início da noite, a morte foi confirmada.
Bagão era um ciclista experiente e acostumado a andar de bicicleta em rodovias. Na primeira entrevista concedida ao Ilustrado em 2021 ele já havia passado a marca de 9 mil km percorridos sob duas rodas. Agora estava se preparando para um percurso de aproximadamente 400 quilômetros em 24 horas. Ele defendia que essa atividade física é completa e foi o que pôs fiz as dores e mazelas da idade.