Umuarama

Infraestrutura

Cartão postal de Umuarama fede esgoto, sofre com lixo e o assoreamento

07/11/2018 13H16

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Não é de hoje que essa história é contada. O lago Aratimbó, um dos poucos locais de lazer gratuito em Umuarama, agoniza com lixo, depredação e assoreamento ocasionado pela especulação imobiliária em sua bacia hidrográfica. Porém, segundo a administração municipal um estudo está sendo realizado para reduzir os impactos ambientais ocorridos no local.

A última cena impactante no lago Aratimbó foi da água com coloração branca caindo de uma das galerias pluviais para dentro da represa. A denúncia veio de um leitor do jornal Umuarama Ilustrado via WhatsApp, na última segunda-feira. Segundo o umuaramense, a água parecia ser algum resíduo de tinta branca, pois não tinha cheiro e também não parecia com sabão.

O resíduo estava saindo da galeria localizada na rua Gaivota, próximo ao condomínio Portal das Água, e em poucos minutos tomou conta da água do lago.

Outro problema do local público é o assoreamento, que se intensificou com o início de várias construções ao longo do ribeirão que abastece o lago. Foram quatro desassoreamentos realizados ao longo dos anos pela administração municipal, sendo o último em dezembro de 2017.

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Mesmo com sujeira, umuaramenses pescam no lago Aratimbó

Na época o município contratou 500 h/máquina de escavadeira hidráulica ao custo de R$ 75 mil. Em outro processo licitatório – que fechou em R$ 324 mil – foram adquiridas 3 mil viagens de caminhão para o transporte dos resíduos. “É importante destacar que essas contratações não são exclusivas para a limpeza do lago. Além deste serviço, as horas de escavadeira hidráulica e viagens de caminhões também serão usados na limpeza de tanques pulmão (grandes reservatórios nos finais das redes de galerias pluviais, que retém água e areia levada pela enxurrada) e serviços de aterros, pontes e melhorias em estradas rurais”, enfatizou o secretário de Obras do município Issamu.

Em 2015 o Lago Aratimbó recebeu o investimento de R$ 902,9 mil em revitalização, dos quais R$ 860 mil provenientes do governo do Estado, através do Programa Paraná Cidade, e o restante é contrapartida em recursos próprios.

Lixo e mal cheiro

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Entretanto, o que se vê hoje é um lago com problemas ambientais e principalmente vítima de uma cultura egoísta, uma vez, que muitos visitantes deixam restos de alimentos espalhados ao redor do local, embalagens, sacolas e até resíduos de empresas são jogados na represa. Além da sujeira, muitos frequentadores do lago estão reclamando do cheiro de esgoto vindo próximo da avenida Paraná. O odor seria mais forte próximo das 18 horas.

Melhorias estão chegando

O município disse que estuda uma forma de solucionar os problemas no lago. Conforme a diretoria de Meio Ambiente, ao lado do prefeito Celso Pozzobom, uma das ações previstas é a instalação de bueiros inteligentes no entorno do lago. Tais equipamentos são dotados de grades metálicas que retêm os resíduos sólidos carregados pelas enxurradas, antes que cheguem ao final das galerias pluviais.

O diretor de Meio Ambiente, Matheus Michelan Batista, também prevê a implantação de redes nas pontas das galerias, para segurar resíduos provenientes de outras bocas de lobo, bem como intensificar a fiscalização para identificar possíveis poluidores, que utilizam as galerias para descartar água imprópria para o meio ambiente. “O desassoreamento, porém, depende de outras ações preventivas e de um investimento mais alto que será feito no devido momento. Tirar a areia do lago sem as medidas para evitar que o assoreamento continue não vai resolver o problema”, disse o diretor.