BULDOGUE CAMPEIRO
Quando olhamos para um Buldogue Campeiro, a primeira impressão é: nossa, como ele é forte e grande para um buldogue. Esse cão com cara de bonachão e olhos expressivos não tem nada em comum com seus parentes ingleses.
Ele é uma raça brasileira e que no passado foi muito utilizado no trabalho rural nas regiões sul e centro-oeste do país, contendo bovinos por causa de sua resistência. Atualmente a raça é uma das opções para quem quer um cão fiel, dócil com seus tutores e que atue como guarda e companhia, inclusive para a prática de esportes como corrida e ciclismo.
Em Umuarama o casal Marcos Roberto Severo Silva e a bióloga Danieli Ferreira Onório criam a raça. O plantel é pequeno, formado atualmente por sete animais, sendo três adultos e quatro filhotes selecionados para a reprodução. A justificativa é a busca por ninhadas de qualidade e não de quantidade.
“Tomamos o cuidado de acompanhar cada filhote que vendemos, desde o início. Mantenho contato com cada pessoa para me assegurar que os cães estão bem”, afirmou Marcos Silva. Apaixonado pela raça desde criança, o criador não mede elogios aos animais e salienta que não importa se o buldogue campeiro vive em um espaço enorme ou em um apartamento pequeno. O que importa é a disponibilidade do tutor em exercitar e em estar com o animal.
A raça tem como características a força (para tracionar o gado seguro pelo focinho), a resistência ( para acompanhar o tropeiro à cavalo em lonjas jornadas) e a agilidade para fugir das chifradas e coices dos bois.
“É um cachorro que precisa de adestramento, como todo animal, aliás, e precisa se exercitar para ser feliz”, afirmou. O cão é muito inteligente, mas precisa de autoridade. “Amar um cão não é deixar ele fazer o que quiser. Tem que ter limites. Ele é super dócil e guardião quando bem treinado”, afirmou.
Desde que começou a criação, Marcos Silva tem trabalhado para transformar seus animais em cães terapeutas e também modelos. “O nosso é o primeiro desta raça do Brasil que atua como cão terapeuta”, explicou.
A ação consiste em realizar visitas para auxiliar na recuperação de pacientes internados em hospitais e também na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
Os pacientes podem acariciar e até abraçar o animal sem medos. Para isso, o cão deve ser muito bem treinado e tranquilo.
Outra ‘profissão’ que o criador deu aos seus cães é de modelo. “Eles ficam na posição que eu quiser para que façam as fotos. Recentemente participaram de dois ensaios”, contou Marcos Silva.