Eleições 2024
Umuarama – Nas últimas eleições uma nova modalidade de candidatura tem surgido como uma opção para aumentar a representatividade de grupos sociais e tornar cargos eletivos mais democráticos. São as candidaturas coletivas ou compartilhadas.
Apesar de ainda carecerem de regulamentação jurídica e terem fragilidade, pois tudo se baseia em um acordo informal entre os integrantes da candidatura, surgem como uma alternativa mais democrática no exercício do mandato parlamentar.
Os mandatos coletivos podem ser definidos como uma modalidade de ocupação de cargo legislativo onde um grupo, formado desde a campanha, concorre a uma única vaga com a ideia de compartilhar o poder e as decisões. Há uma única pessoa como cabeça de chapa e outras que atuam como co-parlamentares. Mas se o titular da cadeira resolver tomar as decisões sozinhos, é isso o que vai prevalecer.
Em Umuarama, a primeira experiência de disputa neste formato ocorreu em 2020. Esse ano, dois candidatos a vereador disputam na modalidade: a bancária e sindicalista Maria Cristina Ramos e o servidor público Marcelo Munefumi. Eles pleiteiam uma das 11 vagas na Câmara de Umuarama pela Federação Brasil da Esperança, que reúne PT/PC do B/PV.
Maria Cristina contou que a ideia de se candidatar a uma vaga de vereadora já estava na cabeça, mas faltava um pouco de coragem, que veio justamente com a parceria do amigo, o mestre artesão Ronaldo Moreira. Eles disputam a vaga através da Casa Luz, que atua como uma casa colaborativa de cultura local e promove ações culturais na cidade através de integrações e parcerias com outras casas culturais espalhadas no Paraná.
Uma das bandeiras da dupla é justamente o incentivo a cultura. Ronaldo Moreira é o idealizar Feira Agroecológica de Inclusão Social, Cultura e Artes, a Faísca, que há mais de oito anos atua em Umuarama. O mestre artesão borda iconografias do Paraná e seu trabalho é conhecido em todo o país.
Ronaldo Moreira e Maria Cristina disseram que encontraram no mandato coletivo uma forma democrática de defender bandeiras e valores. Uma delas é ampliar para meio por cento do orçamento municipal o valor destinado ao Fundo Municipal de Cultura, como uma forma de promover o teatro, a música, a dança e ações culturais em toda a cidade.
Outra bandeira defendida é a ampliação de cozinhas solidárias em parceria com a agricultura familiar, principalmente com produtos orgânicos, que seriam destinados ao restaurante popular e também para a merenda escolar.
Como mulher, Maria Cristina entende que o mandato coletivo permitirá atuar mais intensamente para defender a criação de uma casa abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica.