Visita
O mês de junho marca o aniversário de 67 anos de Umuarama. E a cidade ganha de presente nesta sexta-feira (03) a visita do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Ele tem chegada prevista para 11 horas no aeroporto, em seguida vai de moto até o Parque de Exposições para o almoço e ato solene.
Bolsonaro vem a Umuarama para vistoriar as obras de pavimentação asfáltica da rodovia BR-487, a Estrada Boiadeira, no trecho entre Porto Camargo, em Icaraíma e Serra dos Dourados, em Umuarama, numa extensão de mais de 45 quilômetros. A obra está na fase final e a previsão é concluí-la neste ano ainda.
São 46,91 quilômetros de implantação de asfalto no total, com início na divisa com o Mato Grosso do Sul, no distrito de Porto Camargo, em Icaraíma, até Umuarama. O pacote contempla ainda dois contornos (Santa Eliza e Icaraíma) e obras de arte especiais, com investimento total de R$ 232,8 milhões, fruto de um convênio com da Itaipu Binacional, Governo Estadual do paraná e Governo Federal.
A rodovia ligará o Noroeste do Estado à cidade sul-mato-grossense de Porto Murtinho, ponto de conexão com o chamado Corredor Bioceânico, projeto multimodal que pretende unir os portos brasileiros de Paranaguá e Santos (SP) aos portos do Norte do Chile, no Oceano Pacífico.
A pavimentação da Boiadeira também possibilitará a interligação entre Campo Grande (MS) e o Porto de Antofagasta, no Chile, reduzindo em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Centro-Oeste do Brasil até países como China, Japão e Coreia do Sul, e a ajudará na atratividade de novos e importantes mercados do Pacífico, como Indonésia, Filipinas e Austrália.
“Nem sei o tanto de vezes que ouvi falar que a Boiadeira iria sair do papel. A cada campanha política surgia uma promessa diferente. Agora eu posso garantir: está saindo mesmo”, ressaltou o aposentado Marcos Santiago, morador da região desde 1962.
De acordo com a empreiteira responsável pela obra, são aproximadamente 280 processos de desapropriação. Desses, 105 foram resolvidos no primeiro mutirão na Justiça Federal de Umuarama, em novembro do ano passado. Outros 70 foram aqueles com impacto mais relevantes sobre a execução da obra, finalizados no segundo mutirão, na semana passada. Há, ainda, cerca de 100 processos para serem concluídos. A previsão é que um novo mutirão ocorra em junho e, assim, todos os processos serão regularizados.
A restauração, implantação e pavimentação da Boiadeira é uma das intervenções mais emblemáticas em andamento no Paraná e só perdeu o status de lenda graças à costura política que resultou no convênio entre o Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), o governo federal, via Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e a Itaipu Binacional.
A Boiadeira foi dividida em três lotes e as obras atuais fazem parte do chamado Lote 1. O DNIT está concluindo o chamamento da empresa que venceu a licitação do Lote 2, entre a Serra dos Dourados e Cruzeiro do Oeste. Serão 37 quilômetros de obras, passando pela localidade de Lovat e coexistindo com a PR-323. Essas conexões alcançam o Lote 3, o primeiro a sair do papel, em 2013, entre Cruzeiro do Oeste e Campo Mourão. Há expectativa de encerrar a revitalização da Boiadeira nos próximos cinco anos, com mais de 150 quilômetros no Paraná. Essa será uma das principais ligações do Paraná com o Mato Grosso do Sul, os dois maiores produtores agrícolas do País.
“A proposta do Corredor da Boiadeira é antiga. Quando minha família chegou aqui, em 1957, se falava que ficaria pronta em 1962. E veja como são as coisas. Só agora, quase 60 anos depois, é que está sendo executada”, conta o prefeito de Icaraíma e presidente da Associação dos Municípios de Entre Rios (Amerios). Com a experiência de quem lidera o grupo de 23 cidades e cerca de 500 mil pessoas afetadas diretamente, ele elenca as vantagens que acompanham a transformação da Boiadeira. “Mais da metade da obra é aqui em Icaraíma. Para nós vai movimentar e incentivar o turismo, possibilitando um novo acesso à prainha de água doce que temos aqui. E a partir daí mexer com a economia, o comércio, gerar emprego”, afirma.
“A Estrada Boiadeira vai estimular o desenvolvimento econômico, melhorando as condições de escoamento da produção agropecuária e o acesso dos moradores dos distritos e da zona rural, sem falar que a rodovia poderá atrair empresas e negócios nas áreas industrial e comercial, aumentando a oferta de empregos. A pavimentação reduzirá custos logísticos de produção e vai melhorar o acesso aos portos do Rio Paraná e a mobilidade entre o Estado e o Mato Grosso do Sul”, afirma o prefeito Hermes Pimentel.