Eliseu Auth
Janeiro nos lembra os soviéticos tomando Auschwitz, o maior de todos os campos de concentração e extermínio do nazismo. Muitos outros campos de morte havia, tais como Buchenwald, Dora-Mittelbau, Flossenbürg, Dachau, Treblinka, Varsóvia, Majdanek, Sobibór, Balzec e outros. Uns foram libertados por americanos, outros por ingleses, mas ironia da história ou não, o maior deles, aquele que pode ter exterminado até 3 milhões de pessoas, foi obra do exército da Rússia de Stalin que também tinha seus “gulags”.
A história está aí para ser lida e aprendida. Só não aprende com ela quem não quer. A crueldade sanguinária de Hitler e seu nazismo precisa ficar à nossa frente como num espelho para lembrá-la e preveni-la. E afastar de nós qualquer tipo de ditadura, seja de que vertente for. Nunca esqueçamos: Precisamos de leis para nos governar. Ditadores não aceitam a lei que protege e impõe garantias ao cidadão. Eles se fazem donos da vida e da morte.
Depois da 2ª guerra, nos anos 1945 e 1946, instalou-se, na Alemanha derrotada, o “Tribunal de Nuremberg”, a fim de julgar os principais responsáveis pela tragédia nazista. Julgá-los e condená-los passou a ser imperativo, até para que nunca mais se repetisse coisa assim.
Acreditavam que Hitler tinha morrido no Bunker, aí não figurou como réu, mas há quem acredite que fugira para a Argentina de Perón, onde teria morrido. Simon Wiesenthal, escritor ucraniano e sobrevivente do holocausto pôs-se à caça de nazistas e capturou Adolph Eichmann na Argentina e levou-o à Israel onde foi condenado à morte. Joseph Mengele, o médico de Auschwitz que arrancava olhos de crianças e ficou conhecido como o “anjo da morte”, escondeu-se no Brasil onde morreu. Mas o Tribunal de Nuremberg condenou à morte Wilhelm Keitel, Hermann Goering, Joachim von Ribbentrop, Ernest Kaltenbrunner, Alfred Rosemberg, Alfred Jodl, Hans Frank, Wilhelm Frick, Martin Borman, Arthur Seyss-Inguart, Julius Streicher e Fritz Sauckel. Alguns réus foram à prisão perpétua, outros à temporária e três foram absolvidos: Hjalmar Schacht, Franz von Papen e Hans Fritzche. Minha fonte: “Grandes Advogados, Grandes Julgamentos” de Pedro Paulo Filho).
Quis partilhar meu espanto sobre o quanto homens conseguem ser maus. E, quanto ditaduras e extremistas são perversos. São as lições de Auschwitz.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).