Dr. Eliseu Auth

Eliseu Auth

Argumentando com a Lógica

28/01/2019 20H50

No “Umuarama Ilustrado” da terça passada defendi a descriminalização de jogos e da rinha de galo. Botei como título do artigo “Coisas para pensar”, de onde se deduz que não fiz apologia de crime e nem de contravenção penal alguma. Sugeri pensar no tema e, no encalço dele, que se pensasse no assunto para homenagear o princípio de que ideias boas devem ceder às melhores.

Pois é. Minhas posições deram pano prá manga. Pessoas de boa intenção e ideias apreciáveis me contestaram quanto às rinhas que seriam diletantismo em cima do sofrimento do bichinho posto para brigar. Então, por amor à argumentação, volto ao assunto. Há coisas que precisam ser ditas e alguém precisa dizê-las. Ninguém é dono da verdade, sei. Muito menos eu. Para me justificar busco socorro nos fundamentos da lógica.

O ser humano precisa ter trabalho para se sustentar, saúde, estudo, moradia, teto para morar e muito mais. Precisa também do lúdico que está nos esportes e no entretenimento. Tudo o que conduzir à satisfação dessas necessidades fundamentais do homem, sem ferir o direito do outro e o eco-sistema do planeta, não pode ser criminalizado ou proibido. Ao menos, não deveria. Esta é a premissa maior que dá sentido às minhas conclusões. Vai daí que não tem sentido proibir cavalgadas, rodeios ou outros esportes que tragam algum sofrimento ao animal que classificamos como não racional. Estes bichinhos merecem carinho e respeito, mas estão aí para servir ao ser humano. Nisto está auxiliá-lo, alimentá-lo e diverti-lo. Quando resulta uma atividade comercial de tudo isso, surge a utilidade econômica tão necessária à sobrevivência da espécie humana. Tudo isso é minha premissa maior. Não se trata de opinião que é modo suscetível de verdade ou falsidade, mas de conclusão lógica. A lógica, segundo Aristóteles é e só ela é o caminho para se chegar à veracidade de uma tese. A prova lógica depende das premissas. Daí segue que o importante é descobrir a premissa maior que é a verdade universal da qual se parte para a conclusão. Concluo que quem discordou de mim não aceita a minha premissa maior como ponto de partida. Respeito quem discorda de mim, mas fico com a premissa. Estou argumentando com a Lógica.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).