Eliseu Auth
Eliseu Auth
Quem perfilha redes sociais constata que elas disseminam mediocridade e truculência. Adoram julgar sem fundamento e pregam governos totalitários. O bom senso nem passa perto porque não toleram o debate civilizado. Essa intolerância divide as pessoas nesta hora próxima das eleições.
Isso é perigoso. Afinal, todos deveriam ter uma agenda comum e querer Governantes honestos e competentes para garantir um país que seja bom para as pessoas. Quem se debruça em cima das idéias que movem os lados políticos vai ver que ninguém é dono da verdade porque há coisas boas lá e cá. O fanatismo odioso esquece que nosso regime é democrático e se guia por leis. Ditadura, seja de direita ou de esquerda, é sempre um mal.
Esse cenário nos chama para olhar a história que pode estar nos advertindo. Não interessa candidato “a” ou “b”, direita, centro ou esquerda. Tem que olhar o passado e aprender com ele. Então, vamos lá.
Na Alemanha, em 1919, Adolph Hitler, um ambicioso extremista, vida difícil na infância, fundou o partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Aí organizou os Camisas Pardas, grupo paramilitar do partido e começou a recrutar gente. Hitler queria o poder e nem importavam tendências políticas. Juntava ressentidos, revoltados e até idealistas. Em 1923 tentou derrubar o governo da República de Weimar e fracassou. Foi preso e na cadeia sistematizou suas idéias no livro “Minha luta”. A pregação nacionalista com a raça ariana que dizia superior viria a empolgar os alemães. Em 1930, o partido fez 6,5 milhões de votos. Em 1932 disputou a presidência com o bordão ultra-nacionalista. Quase ganhou as eleições enfrentando Paulo Hindemburgo pelo centro e Ernesto Thälmann pelos comunistas. Havia um medo geral do comunismo e isso fez com que o presidente Hindemburgo chamasse Hitler para primeiro-ministro. Assim fortaleceria o anticomunismo, mas não imaginou que estava abrindo portas para um ditador cruel e sanguinário. Hitler logo suspendeu as liberdades básicas do cidadão, fez campos de concentração e criou a Gestapo. Fez e desfez. Com a morte de Hindemburgo, Hitler sucedeu-o como supremo “Führer”. O que veio depois, não preciso contar. Será que há uma advertência? Sim ou não, temos que aprender com a história.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).