CADEIA DE UMUARAMA
Umuarama – Após conhecer a precariedade das instalações da cadeia pública de Umuarama, seis dois dez vereadores da cidade concluíram que a construção de uma nova unidade é urgente e necessária. A visita ocorreu na tarde de terça-feira (23).
“Viemos conhecer de perto essa realidade e vimos que realmente é uma situação difícil e que precisamos investir todos os esforços para mudar essa realidade. Superlotação, as condições estruturais do ambiente e tudo aquilo que falta. Isso tudo para confirmar que nós precisamos realmente da Casa de Custódia”, afirmou a presidente da Câmara, vereadora Maria Ornellas. Ela não conhecia o local.
Segundo a presidente, agora os vereadores vão conversar com o prefeito Celso Pozzobom no sentido de verificar a existência de um outro local que atenda os critérios para a construção da Casa de Custódia. “Já temos esse espaço que foi indicado. Agora vamos ver se podemos ter outra opção”, salientou Ornellas.
“Há necessidade de fazer a casa de custódia, pudemos perceber a falta de espaço, a situação de ar muito crítica, os presos amontoados. É desumana. A Câmara em nenhum momento se opôs a construção da casa de custódia, fizermos questão de conhecer a realidade in loco. Isto é importante para cada vereador tomar a sua decisão. Pois estamos falando de uma decisão que será para milhares de pessoas”, afirmou o vereador Jones Vivi.
Como Ornellas e os demais vereadores presentes, Vivi ressaltou que não se discute mais a necessidade da construção, apenas onde a mesma será feita. “Nos apresentamos várias outras alternativas”, disse. Ele afirmou que estão sendo apresentadas outras opções de imóveis ao município.
Os parlamentares visitaram as instalações da cadeia sob uma pesada escolta da equipe Rotam da Polícia Militar e acompanhados do presidente do Conselho da Comunidade, Guilherme Meyer e do chefe de Cadeia Pública da Região Administrativa de Umuarama, Geraldo Andrade.
Segundo Meyer, saber a precariedade do local deixa claro a necessidade da construção de uma nova unidade para a segurança de toda a comunidade. “Não dá para o magistrado continuar escolhendo quem vai ficar preso e quem vai soltar, antes do fim do cumprimento da pena”, ressaltou.
Segundo Andrade, a capacidade da construção atual é para abrigar 73 detentos, mas atualmente tem 240 presos. “A estrutura não suporta mais essa quantidade de preso. Nós não temos mais como mantê-los dentro das celas, a gente usa tanto a cela quanto o pátio que antes eles usavam para transitar. Hoje eles dormem, acabam utilizando redes, colchões. Temos problemas na rede elétrica, na rede de esgoto”, explicou.
Andrade ainda explicou que após a rebelião, com todo o dano causado na estrutura do prédio, a construção de uma casa de custódia se tornou emergencial. “Após a rebelião retiramos 137 presos condenados que não tínhamos como alojá-los. Acabamos excedendo a lotação do presidio de Cruzeiro do Oeste e começamos o ano com 108 presos não fechamos o ano e já dobramos esse número”, salientou o Chefe de Cadeia Pública.
Segundo o delegado-chefe da 7ª SDP, Osnildo Carneiro Lemes, a visita dos vereadores é importante para que conheçam de perto a realidade do local. Ele também salientou que entende o receio dos moradores dos bairros Parque das Jabuticabeiras, Primeiro de Maio e Ibirapuera com relação a escolha do terreno para a construção.
“É compreensível essa reação dos moradores dos bairros, pois eles não conhecem detalhes do projeto. Prevê muralhas de sete metros, distância entre os blocos. Haverá uma movimentação constante de viaturas com escolta e remoção de presos. Nas cidades onde se construiu, inicialmente os moradores também tiveram essa reação, posteriormente a comunidade ficou aliviada, pois os imóveis até valorizaram. Tem toda uma infraestrutura que acaba sendo criada no entorno, como e outros comércios”, salientou.
Lemes enfatizou que não cabe a Polícia Civil decidir onde será o local, mas ressalta da importância e necessidade da construção. Desde que o terreno indicado pela Prefeitura de Umuarama foi apresentado durante reunião na quinta-feira (18), moradores dos bairros entorno do local estão se manifestando contra a construção. Eles pedem a escolha de outro imóvel.
Participaram da visita conjunta ao interior da Cadeia Pública a presidente da Câmara, vereadora Maria Ornellas e os vereadores Ana Novais, Mateus Barreto, Noel do Pão, Jones Vivi e Deybson Bitencourt.
O projeto apresentado pelo Governo do Estado contempla 3,5 mil metros de área construída em um terreno de 20 mil metros quadrados, com capacidade para abrigar 500 detentos. O projeto está orçado em R$ 25 milhões e tem prazo de 15 a 24 meses para ficar pronto, a partir do início da obra.
A estrutura é para abrigar presos provisórios, ou seja, que aguardam julgamento e por condenados em início de cumprimento de pena, por prazo de até 90 dias, até ser encaminhado para uma penitenciária.
