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Após 7 anos, Polícia Civil chega a mandante e autores pela morte de Miss Altônia e empresário

07/06/2025 12H51

Jornal Ilustrado - Após 7 anos, Polícia Civil chega a mandante e autores pela morte de Miss Altônia e empresário

Em uma ação digna de filmes de ação a Polícia Civil do Paraná prendeu na manhã deste sábado (7) o mandante e os executores da morte da Miss Altônia 2018 Bruna Zucco Segatin, então com 21 anos e do empresário Valdir de Brito Feitosa, com 30 anos.

Os agentes do Grupo Tigre precisaram usar explosivos para derrubar a porta blindada no apartamento de alto padrão onde se escondia o mandante do crime, A.D.S, de 39 anos, em Balneário Camboriú (SC). Não houve feridos na ação.

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Na Operação Miss, os policiais cumpriram no total de 10 mandados, sendo cinco de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Entre os presos estão M.R.F, de 44 anos, P.R.K, de 43, e E.R.F, de 26, apontados como executores do duplo homicídio que chocou pela crueldade. Apenas um homem é considerado foragido. Ele teria intermediado a negociação entre mandante e matador.

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Operação Miss

De acordo com a Polícia Civil, a operação foi coordenada pela 16ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) de Altônia e contou com o apoio da 5ª Subdivisão Policial (SDP) de Pato Branco, da Delegacia de Polícia de Palmas e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial – TIGRE. Os mandados foram cumpridos em Palmas e Pato Branco, no sudoeste do Paraná e em Balneário Camboriú-SC.

O crime foi em 22 de março de 2018 e somente agora a polícia conseguiu chegar a prisão dos participantes por conta do planejamento e meticulosidade usada pelos criminosos na ação.

Segundo o delegado da Polícia Civil de Altõnia, Reginaldo Caetano, foram necessários mais de sete anos de investigações, marcadas por grandes dificuldades, como o desconhecimento do local exato onde as vítimas foram assassinadas, a destruição de evidências com o incêndio do veículo, e o uso de coação por parte do mandante para silenciar testemunhas.

Segundo a Polícia Civil, Valdir Feitosa e Bruna Zucco foram mortos a tiro e tiveram os corpos queimados. Ainda segundo o policial, as diligências seguem em andamento com o objetivo de localizar o foragido e esclarecer todos os detalhes da execução. A Polícia Civil afirma que a Operação Miss representa uma resposta firme à violência e um passo importante na busca por justiça para as vítimas e seus familiares.

Motivação

Segundo a Polícia Civil o crime ocorreu por causa de disputas territoriais entre organizações criminosas envolvidas com contrabando e tráfico de drogas na região de fronteira, em especial em Altônia, que tem um histórico de mortes violentas ligada a esses crimes.

Feitosa era suspeito de envolvimento com o contrabando. Já Bruna, infelizmente estava no local e com a pessoa errada no momento em que o empresário caiu na emboscada montada pelos criminosos. Desde o início das investigações a Polícia Civil sempre afirmou que a jovem Miss Altônia morreu por ter visto os assassinos.

A brutalidade do crime chocou a população e teve repercussão nacional, especialmente pela execução de Bruna, que era universitária, cursava Psicologia em Umuarama e havia retornado à cidade na noite do crime em um ônibus de estudantes. Ela foi vista pela última após desembarcar do coletivo. A identidade oficial das vítimas só foi possível através de exame de DNA, 18 dias após o crime.

O mandante

Conforme as investigações policiais, o crime foi meticulosamente planejado pelo mandante. Segundo a polícia, o principal suspeito de ser executor do crime foi contratado em Santa Catarina, sendo trazido pelo suposto mandante para Altônia dias antes do duplo homicídio.

As investigações apontam que o pistoleiro ficou hospedado com todo o suporte fornecido pelo mandante. Um segundo executor, oriundo de Pato Branco, também participou do crime e foi preso na operação deste sábado.

Os matadores

Segundo a Polícia Civil, um fato chamou atenção durante as investigações. Uma tatuagem na mão de um dos matadores. É a figura do rosto de uma mulher em chamas. De acordo com a polícia, o homem teria feito a tatuagem em alusão à jovem Bruna, que foi morta e carbonizada.

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O crime

Em 22 de março de 2018, noite do crime, Bruna Zucco desceu do ônibus de estudantes voltando da faculdade em Umuarama. Câmeras de comércio local chegaram a flagrar a jovem passando em direção a sua casa. Pouco depois, as imagens também mostram o carro da outra vítima, Valdir, passando. A suspeita é que ele tenha dado carona para a Miss e na sequência o casal tenha sido rendido pelos matadores.

Os corpos foram encontrados carbonizados na caçamba de uma pick-up Fiat Strada às margens da PR-490, nas proximidades de uma farinheira em Altônia na manhã seguinte.

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Exumação dos corpos realizada em 2019 revelou que as vítimas foram mortas com disparos de arma de fogo calibre .38 antes de terem seus corpos incendiados.

O carro foi reconhecido na época pelo irmão de Valdir, que identificou uma caixa de ferramentas que sempre ficava na caçamba da caminhonete. “Foi uma das primeiras coisas que o irmão observou”, detalhou um investigador.