Eliseu Auth
Somos todos Fluminense de Renato gaúcho, semi-finalista do torneio da Fifa, mas não é de futebol que quero tratar com o ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado”. Quem me acompanha, sabe o que penso da vida e dos seus contornos existenciais. Vivemos na “Pólis” e a arte de organizar e governar a nossa convivência dentro dela é nobre e se chama política. Ela é necessária para cuidar do nosso bem estar em harmonia, paz e progresso.
Escolhemos a democracia como regime de governo porque se guia por leis e não por tiranos. Ela respeita divergências, oposição e minorias. Quer a dignidade de cada ser humano e garante sua liberdade, mas com respeito à lei.
Aqui, governo e oposição travam um embate que precisamos entender. Há um discurso demagógico da oposição conservadora e elitista. Ela exige corte de gastos para o equilíbrio fiscal que é importante, mas esconde que quer botar tudo no lombo de trabalhadores, aposentados e brasileiros mais pobres. Não dizem onde querem os cortes e são acompanhados por uma imprensa sabuja de nababos e privilegiados. Ninguém diz onde quer cortes porque não pode dizer. Todos verão que lhes faz mal ver a pobreza freqüentar a universidade, assim como programas de socorro e inclusão social. Os cortes que exigem estão lá. Sim. O Estado keynesiano que não é o mínimo deles, faz mal a eles.
Nada contra os ricos, mas precisam pagar impostos como os outros pagam. A Constituição fala em grandes fortunas (art. 153, VII),mas o congresso não deixa tributar. Arrota equilíbrio fiscal, exige corte de gastos, desde que caiam no lombo de pobres, aposentados e trabalhadores. O congresso nem pensa em cortar gastos. Ao contrário, refestela-se, esbanja e debocha da nação. Apropria-se de 54 bilhões do orçamento em emendas que julgo ilegais, garante isenção de oitocentos bilhões para empresas, inclusive de eventos, e aumentou o número de deputados. Essa festa já quis cumular aposentadorias com salários. Sim! É preciso que nos lembremos disso na hora de votar.
Não! Não estamos no embate do “nós contra eles”. “Somos todos iguais, braços dados ou não”, já cantou Vandré. É o modelo de Estado que está em jogo. Que país queremos? Aquele que garante a liberdade no respeito à lei e busca proteger a todos os brasileiros, ou o que alimenta privilégios para poucos e deixa os pobres na miséria? Esta é a questão! Ao debate político!
(Eliseu Auth foi promotor de Justiça e é advogado).