Umuarama

Prevenção

Alunos precisam ficar atentos ao peso e forma de usar as mochilas escolares

10/02/2020 09H53

peso-mochila-escolar-postural

O excesso de peso nas mochilas escolares e o esforço repetitivo na infância e adolescência ocasionam 70% dos problemas de coluna na fase adulta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a fisioterapeuta Aline Roco Piffer, o problema não é só o peso do material escolar, mas a forma como os alunos carregam as mochilas.

A fisioterapeuta explicou que as mochilas acabam sendo mais pesadas no início do ano, pois os alunos ainda não estão acostumados com a grade diária de matérias, principalmente os estudantes que saem do 5º ano para o 6º ano. Em números, segundo especialistas, o peso é sempre calculado em relação ao peso da criança. O que se recomenda é que o peso máximo para cada criança seja 10% do peso corporal.

“Quanto mais peso na mochila, mais sobrecarga na coluna. Quando uma carga é superior a capacidade de sustentação dos grupos musculares, ocorre a sobrecarga da coluna. Isso pode levar a uma simples dor até um desvio de coluna, principalmente se houver um histórico familiar”, explicou Aline Piffer.

Além do peso, outra situação que proporciona problemas para a coluna e a forma de utilizar a mochila. Segundo a entrevistada, a mochila tem que ficar sempre o mais alto possível e justa nas costas.

Os problemas

De acordo com a fisioterapeuta, ao carregar as mochilas de forma errada e com excesso de peso, as crianças e adolescentes são candidatos a sofrer de problemas na coluna, pois durante essa fase as crianças ainda estão em desenvolvimento. “A repetição do mau uso pode acarretar de uma simples dor muscular a um desvio de ombro, desvio da coluna, escoliose, hipercifose, hiperlordose lombar entre outras situações”, ressaltou.

Vilões da coluna

mochila-peso-coluna-umuarama

Dados recentes de pesquisas acadêmicas mostram que não é só o uso incorreto da mochila o vilão dos problemas nas colunas das crianças e adolescentes, mas também, o uso de aparelhos eletrônicos. O que se sabe é que a incidência de dor nas costas de crianças está se assemelhando à da dor nas costas dos adultos. Em seis a sete crianças em cada dez, essas dores têm uma chance de cronificação por falta de orientação e pela falta de cuidados com a coluna em termos de peso.

“Muitos pais chegam nos consultórios culpados por não terem percebido o problema, mas última mente os adolescentes não ficam mais sem roupa na presença dos pais e um pequeno desvio acaba passando desapercebido. Mas, como qualquer outra patologia o tratamento deve começar o mais cedo possível para um resultado satisfatório”, alertou a fisioterapeuta Aline.

Sugestões

Para ajudar pais, responsáveis e as próprias crianças e jovens Aline explicou que ao organizar a mochila o peso deve ser distribuído. “Os materiais mais pesados precisam estar mais próximos ao corpo e, havendo bolsos laterais, distribua uniformemente os objetos para equilibrar o peso”, disse. Outra recomendação é que as crianças separem os itens necessários para a aula do dia seguinte na véspera.

Tratamento

Em relação a tratamentos, Aline explicou que os pais devem buscar um ortopedista para avaliação clínica e radiológica, e posteriormente o profissional encaminha o paciente para o fisioterapeuta. “Dentro dos tratamentos podemos ter a fisioterapia clássica, o Pilates e o RPG. Em um caso mais avançado de problema na coluna cai no RPG, mas de uma forma geral, o tratamento é o alongamento, o fortalecimento e a correção da postura. Porém isso vai depender da necessidade de cada indivíduo”, finalizou a entrevistada.