Umuarama
Quase cinco anos passaram desde que Davi Correa Pereira, morador de Xambrê, conquistou o 1º lugar no ProUni para o curso de Medicina da Universidade Paranaense (Unipar), em Umuarama. O futuro médico conversou novamente com o jornal Umuarama Ilustrado nesta semana e contou os desafios que passou, ao ingressar em um dos cursos mais concorridos do País.
Para Davi Correia Pereira, contar sua história é mostrar para os alunos dos colégios públicos que é possível realizar seus sonhos. Porém o jovem alerta, que para isso é preciso abdicar de algumas coisas para focar em um objetivo maior. “Enfrentei bastante dificuldades, inclusive de familiares. Minha família é de origem muito simples, com poucas condições e por isso tem uma visão equivocada da Medicina. Mas nunca pensei em desistir”, ressaltou.
Pereira hoje está no 5º Ano do curso de Medicina da Unipar e contou que até chegou no terceiro ano foram dias de batalhas diárias. “Tive que me adaptar, para conseguir me manter eu entrei nos projetos de pesquisa científica, pois além de adquirir conhecimento ainda recebia uma quantia em dinheiro. Também dava aulas de tira-dúvidas no Curso Pré-vestibular Alfa. Eu saía de casa em Xambrê às 5h40 e chega 23h30. Se quisesse me achar aqui em Umuarama era só ir na biblioteca da Unipar. Foi muito cansativo”, lembrou.
Em meio esse processo, o acadêmico ainda enfrentou os problemas da pandemia do Coronavírus e foi quando ele ficou mais abalado. “No período da pandemia sofri muito. Eu não podia estar junto do ambiente de estudo, da biblioteca e dos livros. Tive que ficar em casa. Pelo afastamento do ambiente do conhecimento eu fiquei pra baixo. Muitas pessoas até acham que o problema seria a diferença de classes sociais, mas isso nunca ocorreu na minha turma. Fui acolhido pelos meus colegas e os professores, que são magníficos. Sempre me senti muito bem aqui na Unipar”, explicou.
Apaixonado pela medicina, David Correa ainda lembrou que no 4º e 5º anos a adaptação ao ecossistema do ambiente de estudo começou a melhorar. Ele conseguiu um lugar e agora fica em Umuarama. O financeiro também estabilizou com a Bolsa Prouni e ajuda de colegas, o que possibilitou a dedicação integral aos estudos para os próximos anos. “Vou visitar minha família aos fins de semana. Mas agora o curso cobra 95% de prática. Então, pela manhã estou em um hospital, a tarde em uma clínica e as vezes a noite no plantão”, explicou.
Em 2019 quando ingressou no curso, o jovem acadêmico ressaltou que queria ajudar as pessoas quando concluísse a graduação e após passar os anos o objetivo continua o mesmo. “Preciso retribuir tudo que recebi. Assim que tive melhores condições, quero ajudar, contribuir e participar de projetos sociais. Formei uma grande rede de contatos e amizade na minha cidade, aqui em Umuarama e fora também. Tenho muito apoio dessas pessoas, então ajudar é o mínimo que eu poderia fazer para retribuir”, disse.