EM UMUARAMA
Ao menos quatro mortes estão sendo atribuídas a Guilherme da Costa Alves, de 26 anos. No início da noite desta sexta-feira (24), mais dois corpos foram encontrados enterrados em Umuarama. E já foram identificados pela polícia.
Após um trabalho de investigação, a Polícia Civil chegou ao local por indicação do próprio Guilherme, preso desde o domingo de carnaval (19), após confessar ter matado o médico Renan dos Santos Tortajada, de 35 anos e da servidora pública e travesti Alexan Carlos de Goes, a Sabrina Medeiros, de 44 anos.
A polícia investiga se a motivação das mortes apontadas por ele são verdadeiras. E com a quantidade de corpos descobertos em apenas sete dias, uma pergunta que surge é se Guilherme Alves seria um matador em série ou ‘serial killer’, em inglês. Somente as investigações poderão responder a essa pergunta.
Segundo informações repassadas pelo delegado da Polícia Civil, Gabriel Menezes, uma das vítimas encontradas ontem é Everton Josimar de Oliveira, 36 anos, desaparecido desde o dia 09/01/2023. O seu corpo foi encontrado no interior do Bosque Uirapuru, em Umuarama.
A outra vítima é Fernandes Nunes de Araújo, 50 anos, desaparecido desde o dia 11/02/2023. O seu corpo foi encontrado em um área rural, próximo a Av. Portugal, município de Umuarama. As duas vítimas residiam no município de Umuarama e os desaparecimentos ocorreram e foram registrados também aqui na cidade.
Os corpos foram encaminhados ao IML e aguardam o reconhecimento por familiares, a fim de confirmar se as identidades são mesmo aquelas preliminarmente levantadas pela Polícia Civil. A confirmação das identidades também depende da conclusão dos trabalhos da Polícia Científica.
Ainda segundo a polícia, as duas vítimas encontradas ontem tiveram suas motocicletas subtraídas pelo criminoso. Uma das motocicletas, Honda Twister, de propriedade da vítima Fernandes Nunes de Araújo, foi recuperada pela Polícia Civil, em uma oficina localizada na Zona VII, em Umuarama. A motocicleta da outra vítima ainda não foi localizada.
A polícia informou que as investigações que culminaram na localização dos cadáveres estavam em andamento desde o desaparecimento das vítimas. Contudo, após a prisão em flagrante do homem que matou Renan e Alexan, no dia 19/02/2023, novas informações chegaram ao conhecimento da Polícia Civil e se somaram àquelas que já haviam sido levantadas.
A reunião de todas essas informações apontou que o responsável também pelos desaparecimentos poderia ser o mesmo autor. Diante disso, o preso foi novamente ouvido pela equipe policial e, diante das provas que lhe foram apresentadas, decidiu colaborar e confessou os crimes, levando os policiais até os locais onde os corpos foram encontrados.
Menezes ressaltou que, pelo apurado até o momento, nenhuma dessas mortes possui ligação. Tratam-se de crimes autônomos, praticados em datas e locais distintos. E por fim, esclareceu que até o momento não há informações de outras mortes que tenham sido praticadas pelo mesmo autor.
Ele disse ainda que o autor apresentou mais de uma versão para os crimes e todas elas estão sendo investigadas.
O médico Renan Tortajada desapareceu na noite de sexta-feira (17) de carnaval, no caminho entre Toledo, onde residia e Maringá, local onde sua família mora. Na manhã de sábado, amigos e familiares localizaram o aparelho celular dele quebrado, no entorno do Lago Aratimbó. Ali começava uma busca que terminou de forma trágica no domingo, quando o corpo do médico foi encontrado. Guilherme Alves, foi preso pela Polícia Militar passeando com o carro da vítima, um Honda Civic, nas proximidades do Bosque Uirapuru, no fim da manhã de domingo (19). Após ser preso, ele acabou confessando a morte do médico Renan e também da travesti Sabrina Medeiros.
Segundo informado pela Polícia Civil, Renan Tortajada morreu após um desentendimento com Guilherme. O médico foi morto a pedradas no interior do bosque, onde foi enterrado. Os dois se conheceriam há cerca de um ano.
Após, Guilherme teria matado Sabrina Medeiros. A primeira informação é que a travesti morreu por ter testemunhado a morte do médico, mas isso ainda é um ponto a ser esclarecido. O seu corpo foi encontrado seminu em uma estrada na área rural de Maria Helena no sábado (18), após denúncias de populares. A versão apresentada pelo próprio Guilherme é que ela tenha sido morta a pauladas, colocada no porta-malas do veículo e levado até o Município vizinho, onde foi abandonada.
Ainda segundo a Polícia Civil, após a morte de Renan e de Sabrina, o assassino teria ido até Moreira Sales, onde teria deixado o notebook e documentos do médico penhorados em troca de dinheiro, o que caracterizaria o latrocínio, que tem pena de 20 a 30 anos de prisão.
Como Guilherme está preso, a Polícia Civil, legalmente o prazo para a conclusão das investigações sobre o caso do médico e da travesti é até o próximo dia 02 de março.
