quase 270 mm em 28 dias
Embora a intensidade tenha diminuído nos últimos dias, o grande acumulado de chuvas das últimas semanas – quase 270 mm em 28 dias, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – deixou estragos na cidade que levarão um tempo considerável para serem recuperados. Conforme o secretário de Obras do município, Gleison Alves de Andrade, é difícil até estimar o tempo de serviços porque a previsão é de que as chuvas persistam ainda por vários dias.
O ritmo de trabalho na recuperação de danos causados na malha viária, galerias pluviais e bocas de lobo depende do tempo e das condições do solo. “Enquanto a terra não secar bem, não é possível fazer muita coisa. Temos várias equipes realizando serviços de tapa-buraco no asfalto, reperfilamento, recuperação e desentupimento de galerias e bocas de lobo e até ampliação da capacidade de escoamento, em alguns pontos. Mas o ritmo varia conforme o tempo, e diante das previsões da meteorologia é difícil fazer estimativas”, afirmou o secretário.
Neste ano as chuvas que ocorreram no mês passado e continuam neste início de outubro estão bem acima da média histórica. Segundo os dados climatológicos, a média para setembro é de 142 mm e para outubro fica em torno de 195 mm. “Tivemos um dia em que choveu cerca de 80 mm e outros em que as chuvas ficaram perto de 50 mm, totalizando 269.13 mm num período de um mês. Além dos problemas do excesso de umidade, o clima também prejudica a execução dos reparos. Com esse tempo e o solo encharcado, só é possível realizar serviços paliativos”, acrescentou Gleison Andrade.
Neste intervalo, obras maiores – como a duplicação de um trecho da avenida Vitória, a pavimentação de várias ruas no distrito de Serra dos Dourados e de trechos urbanos (como a extensão da marginal da avenida Ivo Sooma e da perimetral da rodovia PR-323) também acabam sendo prejudicadas.
Os problemas decorrentes do excesso de chuva na área urbana são agravados, ainda mais, por problemas históricos de infraestrutura. Com o crescimento da cidade e a impermeabilização do solo, devido à expansão das construções e da pavimentação, o fluxo de água direcionado às galerias pluviais aumentou bastante nos últimos anos, enquanto a capacidade de escoamento permanece praticamente a mesma.
“Por este motivo temos diversos pontos de alagamento, locais que ‘afogam’ toda vez que ocorre uma chuva forte e outros onde a água corre sobre as vias públicas e até dentro de imóveis, causando inundações e focos de erosão, como nos bairros Tarumã e Industrial, entre outros. Tudo isso apesar dos investimentos recentes na expansão de alguns ramais de galerias”, completou. Segundo ele, esta é uma das prioridades determinadas pelo prefeito Hermes Pimentel.
O secretário reafirmou que a Prefeitura está elaborando projetos de expansão da rede e construção de novas galerias, porém as obras dependem de obtenção de recursos, licitação e bom tempo para a execução. A Secretaria de Obras, Planejamento Urbano e Projetos Técnicos tem quatro equipes trabalhando em ações de tapa-buraco, reperfilamento asfáltico e recuperação de meio-fio e galerias. Uma empresa terceirizada executa limpeza de bocas de lobo, poços de visita e desobstrução da rede pluvial.