Eliseu Auth
Se alguém achar que não temos a ver com a eleição nos Estados Unidos, está enganado. São a nação mais forte do mundo, queiramos ou não. Bem ou mal, foram e são símbolos do regime democrático. Assim, seu papel pode liderar as causas da humanidade e atender as grandes aspirações dos povos.
Houve pontos altos na posse do presidente Joe Biden. Muitos pontos altos. Foi simbólico o seu discurso que exortou para a união de pessoas e povos. Citou Santo Agostinho, filósofo e teólogo da Igreja Católica que sistematizou o pensamento cristão e exortou que “precisamos encontrar o objeto do nosso amor”. E o objeto que aspiramos em comum está na paz, na liberdade, na igualdade e no bem estar de todos.
A posse do democrata juntou brancos, negros, imigrantes, trans-gêneros, republicanos e democratas. Cristãos e não cristãos. Todos juntos, no respeito ao diferente e às diferenças, passando a idéia que podemos discordar aqui e ali, mas convivendo em harmonia e respeito. Já estávamos com saudades desses conceitos porque eram estranhos no governo de Trump.
Chorão que sou, meus olhos se encheram de lágrimas quando Lady Gaga, Jennifer Lopez e Garth Brooks cantaram para Biden e o novo tempo que chegou. Mas, foi Amanda Gorman, aquela menininha negra declamando “A colina que subimos”, um poema seu, que roubou a cena. Ela apontou caminhos, encantou o mundo e fez a gente aprender a ser mais gente.
Há tanto a consertar neste mundo dividido, bélico, desigual e cheio de ódio. E sem lideranças para unir povos e nações em políticas comuns para o bem de todos e do planeta que aquece a olhos vistos. Ainda há tempo para salvá-lo. A posse de Biden pode ser uma guinada na história para exorcizar o obscurantismo da extrema direita e salvar o planeta. Acho que não é tarde.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).