Mercado
Não deve ter um setor da indústria ou dos serviços que não tenha sofrido mudanças por causa da revolução tecnológica das últimas décadas. A irrupção da internet veio acelerar os tempos, curtas distâncias e simplificar assuntos e processos.
Os efeitos também são percebidos no dia a dia das pessoas, e a pandemia só veio acentuar uma onda de mudanças que tinha começado faz algum tempo. é só pensar em quantas atividades da rotina podem ser feitas sem ter que sair de casa e precisando apenas de uma notebook, smartphone ou tablet. Desde trabalhar e estudar em casa, até fazer compras, consultas médicas e fazer alguma atividade física. De fato, desde o ano passado, o volume de vagas ofertadas pelas empresas com regime de home office cresceu mais de 300% segundo o levantamento feito pelo site VAGAS.com, o que indica que as empresas o consideram efetivo e com tendências a continuar após o fim da pandemia.
As mudanças na rotina também se percebem no comportamento dos consumidores. Anteriormente alguns produtos ou serviços se consideravam essenciais, e hoje em dia nem tanto ou a sua forma de compra sofreu transformações, como no caso do mercado de automóveis. É importante lembrar que ainda é muito forte a ideia de que, quem pode, “deve” ter um carro. Mesmo assim hoje, principalmente nas gerações mais novas (millennials, geração Z), contar com o veículo próprio já não é um objetivo desejado por todos. Já em 2019, um estudo desenvolvido pela Bright Consulting mostrou que, para o ano 2030, os chamados Centennials (aqueles nascidos desde o ano 1997) deixariam de comprar 250 mil carros por ano.
Para se adaptar aos tempos e tendências atuais, os principais atores da indústria vêm desenvolvendo novos jeitos de comercializar os diversos produtos e serviços de mobilidade (é só pensar na revolução de Uber). Nessa linha, muitas montadoras já oferecem a modalidade do chamado “carro novo por assinatura” como alternativa para captar aos consumidores interessados em contar com os benefícios dos veículos mas com condições simplificadas.
A ideia base é esta: tem um setor dos consumidores que não quer mais se preocupar com a burocracia de adquirir um carro novo além de pensar em fazer frente aos custos de seguro e combustível, impostos, etc. A assinatura inclui a maioria dos aspectos anteriores. Nesta operação, o cliente paga uma mensalidade para usar um carro zero quilômetro por um período determinado (geralmente de um a três anos).
Seria um serviço de aluguel de longo prazo, similar ao leasing, só que em momento nenhum o contratante torna-se dono do carro, simplesmente paga pelo uso dele. O mais importante é que no valor estão inclusos os serviços de seguro, impostos, etc. e o motorista só precisa se preocupar com pagar o combustível e possíveis multas. Sete marcas lançaram o programa: Audi, Fiat, Jeep, Renault, Volkswagen e Nissan. Oferecendo pacotes diferenciados, o preço vai depender do modelo, prazo e quilometragem mensal.