A guerra de Putin

Eliseu Auth

Já não bastam os tantos e quase insuperáveis problemas que a humanidade precisa resolver neste judiado planeta? Tanta coisa para consertar e cuidar. E lá vem a guerra de Vladimir Putin que invade a Ucrânia, uma nação soberana, sem causa nem razão. A nossa Constituição dá o norte para condenar a Rússia. Diz que são princípios que regem nossas relações internacionais, entre ouros, a auto-determinação dos povos, a não intervenção e a paz. (Art. 4, III e IV).

Quantas vidas, dor, sangue e lágrimas por interesses de um ditador que comanda a Rússia a ferro e fogo, tirando do caminho quem dele discorde. Trata-se de um ex-agente da KGB, órgão da ditadura comunista que perseguia os opositores de Stalin. No comando da polícia secreta fez implacável repreensão e plasmou sua personalidade. No poder, fez-se todo-poderoso.

Nessa onipotência, foi fácil para ele invadir e bombardear a Ucrânia que já fez parte da União das Repúblicas Soviéticas. Foi na repressão da KGB que o ditador plasmou sua personalidade. Ali aprendeu a ser onipotente, sem limites e sem pudor com seus adversários. Nesse perfil, está fazendo a guerra contra uma Nação soberana que, à duras penas, sonhou ser livre e conseguiu sair dos grilhões da opressão soviética. Danem-se a liberdade, a autonomia, a paz e os bens do povo ucraniano Também não importam as vidas de quem mata e desaloja. Déspotas são assim: querem tudo e todos aos seus pés.

Já vimos esse filme com Adolph Hitler. Interessante que esse genocida conseguiu o apôio popular e se fez todo poderoso, querendo o mundo como seu. Enganou o pobre povo alemão com a lorota de que a raça ariana era uma raça superior. Plano feito, treinou a polícia repressora, fez um exército poderoso, bem treinado e numeroso. Aí invadiu a Polônia e iniciou a segunda guerra mundial. Não havia motivo algum para a invasão, assim como na Ucrânia. O paralelo não é mera coincidência. É método da tirania.

Pobre é o povo pisoteado por ditadores. Aqui somos governados por leis e livres de ditadores. Pensem nisso os descuidos e incautos que flertam com o extremismo. Esta é uma das lições que nos deixa a guerra de Putin.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).