Mercado
A comida está presente no ser humano desde o primeiro sopro da vida e a gastronomia nunca encantou tanto como nos últimos anos. O “boom” dos cozinheiros, principalmente com os programas de televisão, empolgou muitas pessoas a entrarem no ramo, entretanto, segundo o chef professor do Senac de Umuarama, Ederson Gimenes, trabalhar com alimento é algo sério e vai muito além de cozinhar.
Se dedicar a cozinhar e levar alimento para os clientes não basta colocar uma doma de chef e postar fotos nas redes sociais, ressaltou o chef Ederson. Segundo o entrevistado, manipular alimento para saciar a fome das pessoas requer conhecimento, principalmente de boas práticas na cozinha.
“No mínimo a pessoa precisa saber o motivo de não poder cortar um frango na mesma tábua de corte que vai usar para cortar um legume. Temos que respeitar as legislações da Vigilância em Saúde e principalmente os clientes. O alimento contaminado pode causar sérios problemas para uma criança, uma mulher grávida ou um idoso. Preparar alimento é uma responsabilidade, que as pessoas não se atentam”, explicou.
Até chegar a elaborar a comida e prepará-la, o futuro cozinheiro precisa passar por caminhos, como uma criança aprendendo a andar. “Tem pessoas que querem correr antes de começar a andar. Quando isso ocorre, o tombo pode machucar muito. Aos longos dos anos dando aula de gastronomia, vemos que muitas pessoas não querem começar na pia. Mas é na pia que a base se forma, onde aprendemos a organizar uma cozinha e a higienizar”, ressaltou Ederson Gimenes.
Além dos percursos na cozinha existem outros caminhos entre o alimento e o cozinheiro, que é a administração. “Algumas pessoas se aventuram na gastronomia, pois gostam de cozinhar ou alguém falou que sua comida é boa. Isso não é problema algum, mas para começar a empreender em um restaurante, bar, lanche de rua é preciso estudar e conhecer todos os pontos que envolvem o comércio”, alertou.
Ederson faz o alerta, pois muitas pessoas se jogam no setor e acabam fechando as portas. “É necessário conhecer a viabilidade do negócio, onde montar, quem vai atender. Trabalhar com gastronomia pode ser uma satisfação, mas tem que conhecer o setor, como qualquer área. Hoje gastronomia não tem espaço para amador”, disse.
Para o chef Ederson Gimenes, cozinhar deveria receber uma importância maior na sociedade, pois é inerente ao homem. Desta forma a gastronomia seria essencial no currículo educacional dos alunos. “A culinária trabalha o social, a interação das crianças, pois na cozinha um precisa do outro. Além da necessidade de saber português, matemática, química, biologia entre outros conteúdos do currículo base da educação. É o momento que os alunos colocam em prática o que aprenderam em sala, como também, aprendem a trabalhar com alimento”, finalizou.
