Dr. Eliseu Auth

Eliseu Auth

A barbárie terrorista

10/01/2023 06H07

Jornal Ilustrado - A barbárie terrorista

Eliseu Auth

O que vimos em Brasília no domingo que passou, tem nome: Chama-se barbárie. Talvez terrorismo seja mais apropriado. Às vezes acho que tive um pesadelo. Aí mordo os lábios e vejo que tudo foi verdade. A audácia do extremismo mostrou quem é, a que veio e porque existe. Pôs vestes de cordeiro, enrolando-se na bandeira nacional para depredar as casas do Poder da República: Congresso, Palácio do Planalto e a séde do Supremo Tribunal.

Olhando para trás, há muito tempo tivemos que conviver com a arruaça que chamavam de “livre manisfestação”. Primeiro, fecharam rodovias e acessos às cidades, sob olhos coniventes de autoridades que deveriam manter a ordem. Depois, inconformados com o resultado das eleições democráticas que levaram Lula ao poder, foram à frente de quartéis e tiros de guerra, incitando intervenção militar e golpe na Democracia. Ignoraram o Código Penal que diz ser crime a “tentativa de destruir o Estado Democrático de Direito” (art. 359-L). Como ninguém fez nada para colocar ordem na casa, nem aqui e nem em Brasília, a tragédia estava anunciada. A audácia do extremismo direitista se espelhou nos vândalos trumpistas do Capitólio, encorpou-se e se organizou. E deu no que deu. Não preciso dizer que quebraram tudo nos três Poderes. Esfaquearam obras de arte, quebraram vidraças, cadeiras e o brasão da República. Destruíram documentos, roubaram armas e destruíram móveis. A anarquia ainda profanou a bandeira que quer ordem e progresso, zombou da pátria e riu-se dos brasileiros.

Não foi o povo que fez o malfeito. Muito menos infiltrados, como a alienação quer. Foram criminosos que precisam ser processados, punidos e presos. A pesquisa diz que 90% dos brasileiros condena a barbárie de domingo. Tirante uma minoria de extremistas, nossa gente tem bom senso. Democracia resistiu, venceu e vencerá o extremismo que deu um tiro no pé. Os brasileiros viram tudo e, no futuro, vão saber separar joio e trigo.

Aos inocentes úteis, os que não conseguem entender a história e seguem falsos mitos travestidos em defensores da liberdade sem limites, digo que acordem. Até falam de Deus, mas são ditadores perversos que seguem Hitler, Trump, Putin e comparsas. Lá, no acampamento em frente ao Exército de Brasília havia uma placa que dizia “Jesus te ama”. Não usem seu nome em vão. Leiam e se informem. Vão ver e saber que Jesus pregou o amor. Não jogou bombas e nunca depredou. Ele jamais apoiaria a barbárie terrorista.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).