Cotidiano

UMUARAMA

2º dia de julgamento do triplo homicídio é marcado por intensos questionamentos da defesa

01/03/2024 19H09

Jornal Ilustrado - 2º dia de julgamento do triplo homicídio é marcado por intensos questionamentos da defesa

O segundo dia do julgamento de Jean Michel de Souza Barros foi palco de debates acalorados e tensos momentos no Fórum de Umuarama. Jean Michel é acusado de ter perpetrado um dos crimes mais chocantes da região: o assassinato a facadas de sua esposa, a advogada Jaqueline Soares, e de seus sogros, o comerciante Antonio Soares dos Santos e a dona de casa Helena Marra, durante as comemorações do Dia dos Pais, em 08 de agosto de 2021.

Centenas de espectadores têm acompanhado de perto as audiências, que se estenderam por longas horas nesta sexta-feira (1º), com previsão de continuação até domingo (3).

A segunda sessão teve início às 9 horas, com o superintendente da 7ª Subdivisão Policial (SDP), Aécio Silveira dos Santos Filho, sendo o primeiro a prestar depoimento. Aécio foi submetido a um intenso interrogatório por parte da banca de defesa do réu, especialmente em relação aos materiais produzidos pela equipe de investigação. Foram quase seis horas de depoimento.

Um ponto de grande destaque foi a divergência entre o superintendente e o perito do Instituto de Criminalística, Eugênio Burg Filho, que foi ouvido na noite anterior. Eugênio, responsável pela perícia no local do crime, corroborou a possibilidade de uma segunda pessoa ter participado dos assassinatos. No entanto, Aécio contestou essa afirmação, alegando que durante as investigações a perícia não havia mencionado essa possibilidade.

Outro ponto de discussão foi um corte de 10 segundos em um vídeo que consta nos autos, que segundo a defesa, poderia ser fundamental para identificar o possível suspeito. Além disso, os advogados questionaram se as imagens anexadas ao processo, que supostamente mostram o acusado descartando os celulares das vítimas, haviam passado por perícia, o que foi negado pelo superintendente.

Posteriormente, foi a vez do investigador do Grupo de Diligências Especiais (GDE) da Polícia Civil, Everson Angelo Gasparotto Lessa, ser ouvido. O Ministério Público fez perguntas básicas sobre as investigações, enquanto a defesa focou nos vídeos que mostram o suposto suspeito descartando os celulares das vítimas em um bueiro, questionando a possibilidade de identificar a cor do veículo nas imagens, que são em preto e branco.

Houve uma discordância entre as respostas de Gasparotto e do superintendente Aécio quanto à possibilidade de identificação da cor do carro. Enquanto Aécio disse que conseguia sim identificar a cor do veículo, Gasparotto relatou que não era possível tal identificação.

Esse momento foi um dos mais tensos do testemunho do investigador, que foi liberado após os questionamentos.

A próxima testemunha, Hélder Rafael Custódio, ainda não havia começado seu depoimento até o fechamento desta reportagem. A expectativa é que o próprio acusado, Jean Michel, seja ouvido no sábado (2). Giovanni Moro, um dos advogados de defesa, disse que Jean Michel irá apresentar sua versão dos fatos, após manter-se em silêncio ao longo de todo o processo.