Minhas reflexões

Eliseu Auth

Estamos às vésperas do dia 7 de setembro, dia da nossa independência. Duzentos anos nos separam do dia em que Dom Pedro, às margens do Ipiranga, bradou o histórico “Independência ou morte!” A partir daí, seríamos uma Nação emancipada, independente e autônoma. Sonhamos caminhar com as próprias pernas, escrever a própria história e cuidar da nossa gente. Aqui estamos, e mil coisas se atropelam na memória de cada um de nós.

Nesta hora, quero fazer reflexões com o ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado”. Temos uma Constituição que é a Lei das leis. No artigo primeiro, ela diz que somos uma democracia. Portanto, a bandeira verde, amarela, azul e branca, é democrática. Não tem nada a ver com extremistas que a enlameiam quando atacam nossas instituições democráticas e querem intervenção militar ou qualquer tipo de ditadura ou usurpação do poder que emana do povo. Lá onde ela tremular, estará tremulando liberdade e condenando a opressão.

Sob a democracia, regime das liberdades, precisamos construir a nossa independência que é um processo contínuo que passa pela educação, ciência, cultura e tecnologia para todos os brasileiros. Essa é a grande arma para alcançarmos o desenvolvimento e a verdadeira independência. Não são fuzis e revólveres, como alguns pregam em discurso de ódio e devaneios ditatoriais. Quem não sabe disso, nada sabe da vida e tudo desconhece da Pátria amada.

Aqui e ali, nos deparamos com manifestações lamentáveis, para não dizer torpes, como a de um certo ex-ministro do Supremo. Pasmem, ele taxou de “nesfasto” o pronunciamento do Ministro Alexandre de Moraes, na sua posse como Presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Lembrem, lá Moraes foi aplaudido em pé, ao ser enfático na defesa da Democracia, higidez das urnas eletrônicas e na condenação das “fake news”. Nefasto o quê? Não lhe agradou defender a democracia, senhor ex-ministro? Urnas eletrônicas seguras, eficientes, auditáveis lhe incomodam? “Fake news” lhe agradam? Quando vi essa sua barbaridade, lembrei-me do Padre Vitório Ostrowski, meu saudoso professor no seminário de Uruguaiana. Quando a gente dizia uma bobagem, ele advertia em latim: “Utinam tacuisses, et filosofus mansisses.” Traduzo do meu jeito: Se calasses, permanecerias filósofo. É isso. São minhas reflexões.

(Eliseu Auth é promoto de justiça inativo, atualmente advogado).