CRUZEIRO DO OESTE
Cruzeiro do Oeste – A juíza cível Aneiza Vanêssa Costa do Nascimento negou ontem (22) liminar e manteve o afastamento do prefeito Hedilberto Vila Nova Sobrinho, o Beto Sobrinho, da Prefeitura de Cruzeiro do Oeste, a 28 km de Umuarama. O prefeito afastado tentava derrubar na Justiça a decisão da Câmara de Vereadores que o afastou pela segunda vez do cargo em menos de dois meses.
Na decisão, a magistrada salienta que “Importa destacar ainda a grave situação de instabilidade política instalada no Município de Cruzeiro do Oeste em virtude do retorno do impetrante após o afastamento decorrente do oferecimento de sucessivas denúncias pelos graves fatos descritos na Câmara Municipal, novo retorno após a concessão de medida liminar no mandado de segurança anteriormente impetrado sob o nº 0028577-40.2018.8.16.0000, seguido de um segundo afastamento, todos em pouco mais de dois meses, impondo-se a adoção de solução definitiva à questão. Pelo exposto, indefiro a liminar pleiteada”.
Este foi o segundo recurso de Beto Sobrinho negado pela Justiça, desde o seu afastamento em 16 de julho, quando a então vice-prefeita, a professora Helena Bertoco assumiu o cargo. Os vereadores acusam o prefeito afastado em cinco denúncias distintas de cometer diversas irregularidades e já está em curso na Casa Legislativa um processo de cassação.
DENÚNCIAS
A primeira denúncia dos vereadores acusa o prefeito afastado de não fazer, no ano de 2017, os depósitos correspondentes ao Fundo Municipal de Previdência dos Servidores Públicos; de ter promovido a redução no horário de expediente da Prefeitura sem reduzir os salários, a falta de informações no Portal da Transparência do Município e a contratação e nomeação de servidores e cargos comissionados em demasia e feito licitação ilegítima para a terceirização de mão de obra aos serviços públicos e por não ter comparecido à Câmara de Vereadores para prestar esclarecimentos pedidos pelo Legislativo.
FESTAS
Os vereadores ainda acusam Beto Sobrinho de ter gasto ao menos R$ 11 mil com a compra de carne, cerveja, carvão, refrigerantes, linguiça e frutas, que seriam usados em churrascos em festas organizadas com servidores comissionados do primeiro escalão da administração de Beto Sobrinho, segundo a denúncia. De acordo com a denúncia, as compras eram feitas em um supermercado da cidade e o então chefe de gabinete assinava as notas promissórias.
Para receber, o mercado empenhava notas fiscais ‘frias’ onde constavam produtos de limpeza e outros gêneros previstos previamente em licitação. “Trata-se, neste contexto, que o prefeito municipal utilizou de notas fiscais frias para o pagamento de mercadorias alheias ao interesse da administração e sim de interesses pessoais”, consta na denúncia.
A quinta acusação feita pelos vereadores é a contratação de um terceirizado e o pagamento de R$ 7.250 para efetuar serviço de conservação de prédios públicos municipais, o que segundo a denúncia já é feito pelos servidores públicos.
O Ilustrado tentou contato telefônico com Beto Sobrinho, mas não obteve sucesso.