Coluna Psi
Não que a pandemia já tenha acabado, aliás, o continente europeu e asiático regressaram ao núcleo de transmissão do vírus. Mas e a saúde mental, como está? O laboratório Pfizer divulgou em setembro uma pesquisa realizada no Brasil sobre os impactos da pandemia na saúde mental.
De acordo com o estudo, 39% dos jovens entre 18 e 24 anos classificou a saúde mental como “ruim”, enquanto 11% considerou como “muito ruim”, o que corresponde à metade dos jovens. Na amostra geral (todas as faixas etárias), 30% das pessoas a declararam como “ruim” ou “muito ruim”. Sintomas associados a complicações psicológicas foram relatados, como irritação e insônia na amostra geral (38%), entre jovens de 18 a 24 anos (53% e 45% respectivamente). A tristeza foi relatada por 48% da população geral e 58% dos jovens de 18 a 24 anos. 16% das pessoas entrevistadas foram diagnosticadas com ansiedade desde o início da pandemia. A pesquisa foi realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC). Outra pesquisa realizada em junho pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), denominada “Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes”, expõe que 56% dos adultos alegaram que algum adolescente do domicílio apresentou um ou mais sintomas relacionados à saúde mental durante a pandemia. Este período de reclusão e crise apenas trouxe o agravamento e intensificação de quadros que antes já contracenavam conosco. Sentimentos de impotência, de preocupação com o futuro, isolamento prolongado, aumento significativo no uso de álcool e drogas, pensamentos suicidas, relatos de violência doméstica, casos de pânico… Postos diante de uma realidade sem estabilidade, sucumbimos ao sentimento de insegurança.
Precisamos nos sentir seguros e interferências imprevisíveis em nossas rotinas podem desencadear sentimentos prejudiciais. E, neste caso, como não? Mesmo quando este momento pandêmico chegar ao fim, teremos que lidar com os seus efeitos para a saúde mental da população.