Alerta
Por medo do isolamento ou até do internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), alguns umuaramenses não estão buscando assistência médica para acompanhamento da covid-19. A situação vem mantendo lotados os leitos de UTI/COVID-19, mesmo com a redução dos casos diários registrados no município.
Os dados foram levantados pela Secretaria Municipal de Saúde e também por médicos que atuam na linha de frente ao combate da doença transmitida pelo novo coronavírus. Conforme o levantamento, parte da população com sintomas da covid-19 estão esperando até 15 dias para buscar atendimento nas unidades de saúde, pronto atendimento ou no ambulatório de síndrome gripais.
Tal situação muitas vezes é creditada ao medo de seguir o protocolo de isolamento, como também, receio de perder o emprego ou de ter que seguir para internamento em UTI. Entretanto esse efeito registrado em parte dos umuaramenses vem lotando a terapia intensiva dos hospitais credenciados para o tratamento dos sintomas da covid-19.
Mesmo com a cidade registrando uma queda nos números diários de novos casos, desde meados de janeiro, a UTI do Hospital Uopeccan, por exemplo, só apresentou redução de pacientes graves em terapia intensiva na sexta-feira (6). Normalmente os 10 leitos de UTI/COVID do hospital estavam sendo usados diariamente.
“Nos últimos 30 dias os pacientes estão chegando com uma situação mais grave ao hospital. Alguns casos se devem ao tempo maior de sintomas, pois estão passando de dez dias desde o início dos sintomas até procurarem o auxílio médico. Antes, até por medo da doença, as pessoas chegavam para atendimento com cinco a sete dias em relação ao início dos sintomas” alertou o médico infectologista do Hospital do Câncer Uopeccan, Raphael Chalbaud Biscaia Hartmann.
A informação foi ratificada pela secretária de Saúde de Umuarama, Cecilia Cividini. “A procura por atendimento médico só começa depois do oitavo dia de sintoma e é quando a doença começa a agravar. As queixas são de dificuldade para respirar, dor muscular intensa, cefaleia intensa, fraqueza muscular, rebaixamento do nível de consciência e desidratação” ressaltou a secretária.
Outro dado levantado pelo médico Raphael Hartmann é que os jovens também estão chegando às UTIs. “A população mais jovem está se expondo mais ao vírus e a cada dia encontramos pessoas com menos idade nos leitos de UTI”, frisou.
O infectologista também explicou que a imunização pela vacina só ocorre após a segunda dose, ou dose de reforço, e para ser mais específico entre o 10 dias da aplicação. “A pessoa só é considerada imunizada, após 10 a 12 dias da dose de reforço. Por isso, o controle adequado da doença precisa respeitar as medidas de prevenção que é lavagem de mão, uso de máscara e distanciamento social até a cobertura vacinal”, explicou.
Mesmo com os leitos cheios, o médico Raphael Artmann explicou que agora existe um giro de pacientes por dia no hospital com um intervalo de tempo menor. “Isso mostra que a eficácia da terapêutica vem ajudando na redução da permanência dos pacientes nos hospitais”, finalizou.